“Antoine Pallières olhou para mim com a cara do sujeito que indaga se viu bem aquilo que acabou de ver. Mas, como é treinado para considerar que só acontece o que tem de acontecer, assim como os ricos se convencem de que a vida deles segue um rastro celeste que o poder do dinheiro lhe abre naturalmente, resolveu acreditar em mim.”
“Li tantos livros...
No entanto, como todos os autodidatas nunca tenho certeza do que compreendi. Um belo dia, creio abarcar só com o olhar a totalidade do saber, como se de súbito nascessem ramificações invisíveis que tecessem entre si todas as minhas leituras esparsas – depois, brutalmente, o sentido se esquiva, o essencial me foge, e, por mais, então fico parecendo uma velha louca que acredita estar de barriga cheia só porque leu atentamente o cardápio.”
Agora me digam, há alguma possibilidade de ler esse livro sem ficar atenta a cada linha e a cada palavra sem parar alguns minutos para digerir o seu sentido? Bem, respondo por mim: não...
Um comentário:
Até hoje não decidi se gosto ou não de livros desse tipo, mas para ter feito você escrever sobre ele antes de terminar, é porque é muito bom!
Postar um comentário