Minha opinião: Olha, esse livro é forte. Não tem outra palavra para começar. Acabei de ler Assim na Terra como embaixo da terra, da Ana Paula Maia, e ainda estou processando.
Eu gostei muito, mas é aquele gostar que vem acompanhado de um soco no estômago. A autora narra tudo de uma maneira muito crua, sem enfeites. A história nos leva para um lugar onde o ser humano é reduzido a nada, torna-se um mero objeto que pode ser desfeito a qualquer momento, porque ali não existe respeito algum pela vida.
Eu vi na leitura uma crítica social pesadíssima sobre o "esquecimento". Sobre aqueles lugares para onde a sociedade manda as pessoas que ela quer esquecer. E o mais perturbador é ver como o sistema (representado pela Colônia) faz exatamente a mesma coisa da qual os prisioneiros são acusados, usando a punição como desculpa para cometer atrocidades ainda piores.
A gente termina se perguntando: afinal, quem é que está sendo o verdadeiro criminoso aqui? Os que estão presos ou os que vigiam?
Eu adorei o livro pela coragem de tocar nessas feridas. Já estou aqui buscando os outros livros da autora para ler, porque essa escrita visceral me conquistou. Leiam, mas preparem o estômago.
Sinopse
Assim na Terra como embaixo da terra, de Ana Paula Maia
Uma colônia penal isolada, construída sobre um terreno antigo de tortura e morte, é o cenário deste thriller brutal. O local, destinado a presos que o sistema quer fazer desaparecer, é comandado pelo sádico chefe Melquíades.
Ali, a lei não existe. Os prisioneiros não estão apenas cumprindo pena; eles são caçados. Para evitar a superlotação e satisfazer os instintos violentos da guarda, o chefe instituiu uma temporada de caça humana, onde os detentos são soltos na mata para serem perseguidos e abatidos como animais.
A narrativa, seca e direta, foca na desumanização absoluta e no terror institucionalizado, questionando os limites da maldade humana e a linha tênue que separa a civilização da barbárie.
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