segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

A GAROTA DOS PÉS DE VIDRO - ALI SHAW

Minha opinião: Eu sei que demorei muito para uma nova resenha, mas estou de volta - pelo menos por enquanto, rs...
E quem me fez voltar dessa vez foi a garota dos pés de vidro, inicialmente, quando iniciei a leitura, pensei que seria um daqueles livros com um toque sobrenatural e que portanto, não haveria nenhuma novidade. No entanto, ao ler as páginas me deparei com algo diferente do que já havia lido, tudo me pareceu tão melancólico - mas não de um jeito ruim - parecia que algo no livro estava escondido, como se precisasse ser descoberto...
Bem, a estória narra o encontro de Midas - que nome mais sugestivo, não é? mas não é a toa - e Ida. Midas é um jovem que adora fotografar e isso passa a ser um dos únicos prazeres na sua vida, aliás, como Midas é tímido, ele usa da fotografia como forma de se distanciar das pessoas, apenas observando. Já Ida é uma moça cheia de energia, comunicativa e que consegue tirar Midas desse lugar "monocromático" que ele fica. 
Até aí, nada de novo, mas Ida tem uma doença que é muito peculiar... ela está se transformando em vidro... e ela retorna para Saint Hauda's onde acredita que pode achar uma cura para sua doença e lá que ela encontra Midas.
Midas é um personagem bem construído, ele é tímido, mas no decorrer do livro vamos encontrando as respostas do por que ele ser tão introvertido, o que achei muito bom da parte do autor, que conseguiu dar sentido aos personagens, além disso, eu sou fã de fotografia e poder ler sobre isso, foi muito bom. Ida também é um personagem muito simbólico e mostra toda a busca por algo que às vezes nem sabemos direito o que é. 
O livro é bem interessante, em que mistura o real com a a fantasia de forma muito simples, bem mas também é interessante primeiramente devido a narrativa, que é muito tranquila e ao mesmo tempo envolvente, o autor conseguiu passar a tranquilidade do lugar onde a estoria ocorria; e em segundo, por que a cada capítulo a estoria ia para o passado, e depois voltava para o presente e assim as lacunas iam sendo preenchidas, sem pressa, de uma maneira que dava vontade de continuar lendo.
Eu gostei dos personagens, da narrativa, das angústias, medos e sentimentos que eram expostos durante o livro, achei tudo muito cativante e muito metafórico também, tanto, que enquanto lia eu fazia mil associações - e adoro quando isso acontece - uma delas, foi sobre o "toque", como "tocar" uma pessoa, um coração, que as vezes mesmo parecendo difícil é possível toca-lo, principalmente quando achamos que a pessoa tem um coração "gelado"...
Ah, fiquei cativada por esse livro, e acho que vale muito a pena.


Resumo: Cenários cinematográficos, paisagens paradisíacas, pântanos congelados com animais transformados em vidro, florestas brancas, penhascos monocromáticos, um oceano de baleias, lendas e águas-vivas. Este é o universo fantástico de Ali Shaw, autor britânico que renova as fábulas e cria uma inusitada história de amor. Midas é um tímido fotógrafo ilhéu. Ida é uma jovem aventureira que vem ao arquipélago de Saint Hauda's Land buscar a cura para sua misteriosa doença. Ela está se transformando em vidro e juntos buscam uma solução. O que eles mais precisam é de tempo - e o tempo está passando rápido. Será que vão encontrar uma maneira de evitar a propagação do vidro?

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