Minha opinião: A Vegetariana' é um desses livros que você não consegue simplesmente classificar como "gostei" ou "não gostei". É curto, mas pesado, perturbador e cheio de camadas que ficam reverberando em sua mente longamente depois da leitura. Eu me senti desafiada pela narrativa e, ao mesmo tempo, profundamente desconcertada. A história de Yeong-hye, uma mulher que decide parar de comer carne e adotar um estilo de vida cada vez mais afastado das convenções sociais, é uma metáfora complexa sobre as pressões sociais, a violência sutil contra as mulheres e a busca por liberdade em um mundo opressor.
A protagonista, ao escolher se afastar daquilo que é esperado dela, tenta, de alguma forma, ser algo além da sua identidade de mulher dentro das normas culturais. Ela busca a natureza, a inanição, a ausência de dor e de pertencimento. Mas será que sua decisão é uma forma de luta ou uma fuga da violência que sofreu? Não tenho uma resposta concreta. O que sei é que o livro, com sua narrativa fragmentada e os impactos da escolha de Yeong-hye sobre os outros ao seu redor, não deixa você em paz. Fiquei com uma sensação estranha de eterno vazio, como se algo estivesse permanentemente em aberto, sem resposta ou fechamento. Talvez esse seja o ponto: nos fazer refletir sobre a complexidade da experiência feminina, o conflito entre forças internas e externas, e o peso das expectativas que nos são impostas.
Se você está buscando uma história linear e simples, A Vegetariana não é para você. Mas, se estiver disposto a se perder em suas complexidades, em suas inquietações, e a refletir sobre o que nos define enquanto indivíduos, essa obra pode te deixar com um "nada resolvido" que é, na verdade, um convite para continuar pensando.
Sinopse: Yeong-hye, uma mulher comum na sociedade sul-coreana, decide, de maneira radical, abandonar o consumo de carne, uma escolha aparentemente simples que desencadeia uma série de transformações em sua vida e nas vidas das pessoas ao seu redor. À medida que ela se afasta cada vez mais dos padrões convencionais de sua sociedade, seu comportamento começa a ser interpretado de maneiras diferentes por aqueles que a cercam, tornando-se um símbolo de resistência, mas também de desconexão. A Vegetariana explora temas como a violência emocional e social, o desejo de liberdade e a relação complexa do corpo e da mente com as expectativas culturais e familiares.
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