domingo, 12 de setembro de 2010

O Solista - STEVE LOPEZ

“Como posso um dia trazê-lo de volta a um mundo de regras e regulamentos, de formalidades e banheiros? Ele está ligado somente à sua paixão e ao mundo para o qual ela o leva, um mundo em que a cidade é a sua orquestra e o maestro é uma estátua?”

Minha opinião: Acho que esse livro é muito interessante já que ele aborda um tema que para mim em especial é de grande interesse, a saúde mental. Steve Lopez que é o autor do livro conta a história de Nathaniel, um morador de rua que tem um grande talento com a música e um dia já estudou em uma das escolas de música mais respeitadas do mundo, Steve conhece Nathaniel na rua quando este está tocando violino no meio do caos de uma grande cidade. Eu antes de ler esse livro confesso que estava com um pouco de receio, por que muitas vezes leio, vejo e ouço discursos muito "estranhos" no que se diz respeito a saúde mental e principalmente as pessoas que como Nathaniel sofrem com isso, eu pensei que o autor fosse defender atitudes drásticas e querer trazer “a força” esse homem para o nosso mundo “real” e isso só de pensar me fazia estremecer. No entanto, o que eu li nesse livro foi uma série de dúvidas e questionamentos sobre qual é a melhor maneira de lidar, como proceder, como ajudar e principalmente como estar perto? Respostas que o autor por vezes não encontrou e que pensou muito, mas ele apontou maneiras diferentes de profissionais atuarem e se questionou por vezes qual devia seguir e eu acho que ele optou pela melhor, ou seja, não forçar a sua vontade para o outro, mas sim saber entender.

“Mas saio da conversa pensando nos desdobramentos no caso de Nathaniel ser considerado gravemente incapaz. Chegaria um carro de polícia, com os guardas correndo atrás dele e depois o arrastando, esperneando e gritando? Viria primeiro uma equipe de médicos com seringas e lhe espetaria um sedativo? E algo feito à força o tornaria mais propenso, ou menos, a confiar na autoridade e cooperar com um plano de tratamento a longo prazo?”

“Ele faria isso, mas no seu próprio tempo. Não se podia obrigar, não se podia apressar e não se podia ajudar chamando a polícia e mandando algemá-lo e confiná-lo. Teria sido um desastre. Nathaniel estava no comando, e o nosso papel era simplesmente ficar ali, mantendo uma porta aberta para ele”

Outro ponto que dou para o livro é que Steve mostra as diversas frustrações que ele teve ao tentar “ajudar” Nathaniel, e como por vezes é difícil lidar com a loucura, com o que não está estabelecido, com o que é diferente. E isso nos causa uma dor imensa, não saber o que fazer e por vezes ver que as coisas regridem e pensar ainda que não existe cura, mas existe a convivência e principalmente uma pessoa, com uma história, com vontades e desejos, que não podem ser descartados e deixar que apenas o seu diganóstico apareça estampado na sua testa. Além disso, esse livro também questiona as políticas públicas envolvendo esse tema, eu sei que ele fala dos EUA, mas serve para pensarmos o que ocorre no Brasil atualmente, eu como moro em São Paulo vejo muitas vezes uma luta antimanicomial que tem uma proposta coerente, mas o que ocorre no real? Como estão os equipamentos de saúde mental? Ou podemos pensar em como Minas Gerais vem avançando com seus projetos...bem... – Eu sei, esse tema mexe comigo -  Mas... Voltando para o livro, eu gostei e recomendo! E já vou assistir o filme, espero que seja bom!

“Não, não temos muitas das chamadas conversas normais. Mas o que é normal? Seguro a mão dele na minha e nenhum de nós precisa dizer nada.”

Tem filme desse livro!
Título no Brasil: O Solista
Título Original: The Soloist
País de Origem: Inglaterra / EUA / França
Gênero: Drama
Classificação etária: 12 anos
Tempo de Duração: 117 minutos
Ano de Lançamento: 2009
Estréia no Brasil: 06/11/2009
Estúdio/Distrib.: Paramount Pictures
Direção: Joe Wright
Elenco
Jamie Foxx ... Nathaniel Ayers
Robert Downey Jr. ... Steve Lopez
Sinopse: O filme é baseado na história real do prodígio musical Nathaniel Ayers, que desenvolveu esquizofrenia no seu segundo ano na famosa escola de artes performáticas Juilliard, de Nova York. Ayers acabou como sem-teto nas ruas do centro de Los Angeles, onde toca violino e violoncelo.

4 comentários:

Paula disse...

Tenho curiosidade de ler esse livro, parece bom...
bjus

MARCINHOW disse...

Juilliard Sonho de qualquer um que adora musica O.o"!

Poxa, ainda não tinha visto esse livro, agora quero muito ler!

Anônimo disse...

Avisando que tem selinhos para você no blog!!! Bjus

Paulatictic disse...

Olá Paula!
Esse livro me impressionou, eu gostei muito e me fez pensar em várias coisas. vale a pena,
beijos

Oie Marcinhow,
Pois é Juiliard nao é para qualquer um, e acho que esse livro mostra como a vida pode se alterar e como uma paixão (nesse caso a música) pode perdurar para sempre, mesmo com adversidades e dificuldades, como por exemplo morar na rua e viver de esmola, mesmo assim ele ainda se dedica a música.
Um livro incrivel!

Oieee Renata!
Eu vi o selino agora esotu buscando os blogs,
beijos e obrigada!