domingo, 8 de maio de 2011

PROJETO: História Coletiva - 6ª semana

Estamos quase acabando hein? Já estamos rumo ao final - pelo menos se tentarmos terminar na décima semana. Nessa semana, tivemos trechos e alguns pontos que foram acertados.
Bem, temos a questão do trabalho da Júlia, que a Lii deu a sugestão de ser uma advogada, eu gostei, mas vocês também tem que concordar né? Então dêem suas opiniões...
Quem nunca participou, mas gostaria de fazer parte desse projeto, fique a vontade!

CERTO! VOCÊ AINDA NÃO SABE O QUE É O PROJETO HISTÓRIA COLETIVA? então acesse AQUI e descubra e comece a participar também. Afinal, você pode dar sua opinião, sugestão ou um trecho e mudar completamente o rumo da estória, só que para melhor, imagina?


OBS: Quero lembrar que nesse projeto muitas vezes a sugestão ou opinião que damos pode ser aceita ou não, ou pode ser alterada parcialmente e isso que é o mais importante nese projeto, já que é algo grupal. No entanto se você se sentiu ofendido (a) ou incomodado(a) com alguma coisa pode me mandar um email (paulatictic@hotmail.com) que discutiremos a situação.

Agora, vou colocar a continuação da história, ok? Mas quero especificar que a narrativa continuou com um trecho do Mateus Lopes, mais dois meu e do meu irmão (todos deixados nos comentários). Esses trechos foram disuctidos e algumas coisas modificadas, mas todos foram aceitos.

E a continuação da narrativa ficou com a Lii, que me mandou por email, e como sempre fez um ótimo trabalho.


"-Espere, Júlia. -Disse Léo, segurando o braço dela.

-O quê?
-Você não gostou do jeito que foi tratada quando ajudou o skatista. E se isso voltar a acontecer? Não seremos odiados por interferir na vida dos outros, por até se meter no caminho da polícia?
Ela riu e respondeu:
-Léo, estamos fazendo algo de bom, mesmo que as pessoas nem sempre reconheçam. Não somos heróis de quadrinhos, mas nos preocupamos com os outros, isso que importa.
-Mas...
-Olhe, se você não quiser continuar, é só dizer!
-Não, eu só...
-Tenho que voltar ao trabalho. Você devia ir para casa, estudar ou algo assim.
-Ah... OK.
-A gente se vê.
Ainda meio chateada, Júlia se foi. Léo ajeitou os óculos e voltou para casa. Ver o futuro não era tão ruim assim, então porque ele se sentia tão incomodado?
Esse incômodo o estava deixando tenso e nervoso. Ele não podia deixar as coisas assim, como se salvar vidas fosse algo simples e corriqueiro, pensou, que os dois não eram heróis de histórias infantis, mas que Júlia parecia querer agir como eles, como uma super heroína.
Léo se virou e olhou Júlia andar apressadamente na direção oposta, ele sabia que estava no seu sonho, sabia que tinha que tentar, tinha que saber o que estava fazendo ali afinal, tinha que saber o por que da Júlia estar ali também, por que ela agia dessa maneira.
Não pensou mais, ele apenas se virou e correu na direção dela e a chamou. Júlia virou o rosto e viu Léo se aproximando, parou de andar e ficou imóvel o esperando com o rosto vermelho, ainda pelo que tinha acabado de passar.
-O que foi agora? –Júlia pergunta impaciente e seu olhar demonstrava raiva. –Não basta você dizer que vai ajudar e não ajuda?
-Eu tentei ajudar... –Léo começa a dizer mas é cortado abruptamente.
-Tentou? Tentar não é o suficiente... Você matou um homem! Matou! E era para salvar alguém! –Ela aponta um dedo na cara dele e fica mais vermelha ainda.
Léo se assusta com a acusação. Ele não quis pensar antes, não quis pensar sobre nada do que tinha acontecido, evitava. Mas agora com essas palavras que foram lançadas pela Júlia ele se inquietou.
- Eu? Eu estava tentando ajudar a minha namorada! –Gritou Léo. –Eu não matei ninguém, não apontei arma na cabeça de ninguém, a culpa foi daquele bandido, eu só estava tentando ajudar minha namorada... Eu só estava ajudando... -Ele parou de falar tentando tomar fôlego, mas viu o rosto da Júlia que mostrava uma fúria que o fez tremer por dentro.
Júlia estava transtornada de raiva, na sua cabeça vinham várias imagens, cenas de dor e sofrimento, agonia, e por isso ela não agüentou e gritou para o Léo.
-Distorcer as coisas assim é muito fácil! –Ela grita e algumas pessoas que passam pela rua os encaram, mas continuam o caminho. –Afinal quem morreu não era alguém próximo de você! Não era alguém que você amava, pouco importa né? Você nem se importa... –E sem perceber lágrimas começam a escorrer do seu rosto. –Você é como todo mundo! Não sente nada por ninguém! É igual aquelas pessoas que assistem TV e vêem mortes todos os dias e dizem sentir dó, mas na verdade você não se importa! Afinal você esquece, só diz que “que pena” para se sentir bem, mas logo depois muda de canal e nem se lembra que milhões morreram!
Léo fica parado a encarando e pensando em tudo que ela disse, palavras que são verdadeiras, por que todos acabam fazendo isso, mesmo sem querer... Mas... Mas quem ela pensa que é?
-Você pode dizer tudo isso. -Léo fala nervosamente - Mas você consegue realmente consegue ficar triste por uma pessoa que nem conhece, nunca viu o rosto, nada, você fica realmente triste? -Ele fica em silêncio, mas como Júlia não responde ele continua. -Se você dizer que sim, você é muito hipócrita!
Ela respirou fundo e se acalmou.
-Sim, eu fico triste. E não sou nenhuma hipócrita. –Ela responde baixo.
-Por que você quer tanto ajudar essas pessoas?
Ela olhou em volta procurando uma saída da pergunta.
-E então? –Léo pressionou.
Júlia olhou para as mãos e respirou fundo, depois olhou nos olhos do Léo.
-Eu tenho esses sonhos desde pequena. No começo meus pais me diziam que eram apenas pesadelos, e por coincidência eu não tinha contato com as pessoas com quem eu sonhava, então não sabia que os pesadelos aconteciam de verdade.
-Como você descobriu? –Léo perguntou com cautela.
-Um dia eu sonhei que o meu avô, que estava sempre cuidando de mim, seria assaltado saindo de uma padaria. Só que ele estava com o meu irmão mais velho, que já era um adolescente na época. Meu irmão reagiu ao assalto, e levou um tiro. Meu avô vendo o meu irmão baleado no chão, foi para cima do assaltante e levou um tiro também. –Lágrimas escorriam pelos seus olhos em uma enxurrada.
-Eu sinto muito. Os dois morreram?
-Não. Meu avô morreu na hora com um tiro no coração, e uma bala acertou a coluna lombar do meu irmão deixando-o paraplégico.
-Eu não fazia idéia.
-Eu lembro de implorar muito para o meu avô não sair naquela manhã, mas ele não me deu ouvidos. Meu irmão nunca se recuperou psicologicamente, sempre se considerou o assassino do meu avô. Não foi ele quem puxou o gatilho, mas se não tivesse reagido, teria sido diferente. Nós nunca o culpamos pelo o que aconteceu, mas ele se sente responsável. E é o mesmo que aconteceu quando você impediu a sua namorada de ser assaltada, você não matou o homem, mas causou a morte dele. E eu fico triste por essas pessoas, porque sempre lembro da minha família, lembro de como foi descobrir que os meus pesadelos não era simples pesadelos e das conseqüências depois. –Ela enxugou as lágrimas.
-Sinto muito, Júlia. Eu não tinha idéia de quão traumatizante foi descobrir o seu dom, mas nem todas as histórias são iguais. Nem todas as pessoas são boas, e por mais maldoso que seja dizer isso, algumas mortes não deveriam ser evitadas.
-Eu sei disso, Léo. Mas eu sinto como se fosse meu dever! Se eu vejo o minuto final das pessoas, deve haver algum motivo. E não tenho como julgar se a pessoa é boa ou não, essa decisão não cabe a mim. Não sei porque eu consigo ver o que ninguém mais pode, mas é meu dever fazer o melhor que eu puder com o meu dom. E você também.
-Eu tentei. Quando eu evitei que a minha namorada fosse assaltada, eu usei o meu dom para ajudar alguém que eu gosto. Se você não tivesse encostado no homem que morreu, talvez nós nunca descobriríamos que ele morreu por causa do que eu fiz. E mais importante, isso serve para mostrar que tudo na vida tem uma conseqüência. Com essas vidas que estamos salvando nós estamos mudando o curso natural da vida e não sabemos o que pode nos esperar no futuro. Como você, eu também não sei por que vejo o futuro, mas eu sempre colocarei em primeiro lugar àqueles que são importantes para mim, isso pode ser egoísmo, mas todos nós temos a nossa hora. Todos nós morreremos em algum momento!
-Sim, mas então por que temos o dom e a oportunidade de impedir que algumas mortes aconteçam?
-Não sei. Essa é uma pergunta que eu ainda não descobri a resposta, e antes de você aparecer eu não pensava em sair por aí salvando a vida das pessoas. A minha maior preocupação era com a minha prova de matemática.
-Você ainda é imaturo, mas seu dom é necessário. Provavelmente várias mortes não serão impedidas, e talvez você chegue a presenciá-las como eu já presenciei. E eu aviso, será um choque e tanto, mas você ficará mais consciente sobre a delicadeza do assunto que é a vida e a morte das pessoas.
O celular da Júlia tocou. Ela o pegou de dentro da sua bolsa e atendeu:
-Alô? Sim, sim. Já estou voltando, peça para ele aguardar alguns minutos, por favor. Obrigada, tchau. –Desligou.
-Preciso ir, Léo. Tenho que voltar ao trabalho.
-Está bem, Júlia.
-Olhe, eu fico nervosa quando as pessoas não apreciam o favor que fazemos. Mas é que eu vi, eu sei o que vai acontecer e a pessoa não. Ela não faz idéia do que escapou, e por isso não se sente tão agradecida como deveria. Por mais que eu me estresse, não ligue para mim, ok? Eu sou assim, eu esfrio a minha cabeça depois de um tempo porque sei que fiz o que era certo.
-Entendi. Mas pelo o que percebi, nem sempre as pessoas entendem o que fazemos como algo bom.
-Não, às vezes elas chegam a pensar que você fez algo muito ruim para elas, mas é apenas por não saberem o que realmente aconteceria. Só que agora eu preciso ir mesmo.
-Tudo bem. Tchau, Júlia.
-Tchau, Léo.
Ela seguiu o seu caminho, e ele deu meia volta e foi para casa. Léo nem reparou no caminho que fazia, estava pensando em tudo o que Júlia havia dito. Ela havia passado por maus bocados, e era óbvio que se comportaria daquele jeito. Se ela soubesse que via o futuro, poderia ter impedido o assassinato do avô e a paralisia do irmão, ou se existisse outra pessoa que visse o futuro e impedisse no lugar dela. Mas a vida seguiu o seu curso natural e uma tragédia aconteceu.
Chegou em casa, almoçou com sua irmã mais nova que finalmente voltou da casa da amiga, e passou a tarde estudando para a prova de matemática que teria na semana seguinte. Era uma boa maneira de esquecer todos esses novos e complexos problemas.
À noite, seus pais chegaram do trabalho, jantaram os quatro juntos, e Léo ligou para Kelly para conversar. Depois de quase meia hora no telefone, ele desligou, colocou os óculos na mesa de cabeceira e deitou. Rolou muito na cama e quando estava praticamente pegando no sono, o seu celular tocou.
Atendeu meio atordoado.
-Alô?
-Léo, achei que não ia atender nunca! Tocou umas dez vezes! –Júlia o repreendeu.
-Ah, oi Júlia. Sabia que normalmente às... –Olhou o relógio. –Às duas e vinte da manhã as pessoas normais estão dormindo.
-Sim, mas nós não somos normais. Preciso que você venha aqui em casa agora, você acha que pode?
-Agora? Na sua casa? Aonde você mora?
-Olha, eu já estou indo até o Flores de Outono, você pode me encontrar lá? Fica mais fácil para você.
-Júlia, não é por nada não, mas se os meus pais me pegarem saindo de casa agora, eu vou ter problemas.
-É importante, por favor, Léo.
Ele pensou por alguns instantes.
-Está bem. Droga, eu vou te encontrar.
-Obrigada. –Sua voz soou mais relaxada.
-Tchau.
-Tchau, Léo.
Ele levantou da cama, colocou seus óculos e foi até o banheiro lavar o rosto. Voltou para o quarto, trocou sua bermuda por uma calça jeans e colocou uma blusa de frio. Foi até a sala e já estava com a mão na maçaneta quando escutou:
-Aonde você vai essa hora da madrugada, Léo?
Ele se virou e deu de cara com a irmã de dez anos.
-Carol, volta a dormir. Isso é um sonho.
-Fala sério, Léo. Você me acha tão retardada assim?
-Você não vai querer ouvir a minha resposta.
Ela fechou a cara.
-A mamãe e o papai não vão gostar nada de saber que você está saindo escondido de noite. Está indo ver a Kelly?
-Não, tenho que resolver um problema urgente que surgiu com um amigo. E você não pode contar para eles que eu saí!
-Léo, existe um preço para tudo nessa vida. Eu não tenho culpa se fiquei com sede e levantei para beber água na hora que você estava saindo. Eu tenho muita sorte.
-Está bem. O que você quer?
-Dinheiro para ficar quieta.
Léo pegou a carteira e deu seus cinqüenta reais, que ganhou de presente do avô, para a irmã. Os olhos dela brilharam de alegria.
-Agora volta para a sua cama e esquece que me viu.
-Com certeza. Boa noite, irmão.
-Boa noite, Carol.
Ele respirou aliviado, mas com raiva de ter perdido o seu dinheiro.
Saiu de casa e andou apressado até o Flores de Outono. Júlia estava em pé na frente do café, longe das pessoas que conversavam animadamente. Usava um sobretudo preto, seu cabelo estava solto deixando-a com um ar mais jovial, diferente do coque que sempre usava. Seu rosto estava sem maquiagem e com marcas de preocupação. Léo se aproximou e parou ao seu lado.
-Boa noite, Júlia.
-Léo! Que bom que pôde vir.
-Tive que subornar a minha irmã para não contar para os meus pais. –Ele respondeu um pouco ranzinza.
-Desculpe por isso e, por acordá-lo.
-O que era tão importante que não podia esperar até amanhã?
-Aqui não. Vamos para a minha casa.
-Está bem.
Ele a seguiu até um carro estacionado, e ela dirigiu até sua casa. Uma casa grande e bonita. Eles entraram, e se dirigiram para a sala.
-Então, o que aconteceu? –Léo fala e termina com um bocejo.
-Dessa vez vai ser mais difícil do que das outras vezes. Nós vamos ter que descobrir o dia e o local.
-Até o local? Você não pode se lembrar do que existem em volta da pessoa?
-Não é tão simples assim, é em algum lugar afastado.
-Ok, e como foi o sonho?
-Normalmente, os minutos finais que eu vejo, são de atropelamentos, assaltos, velhice, doenças, acidentes. Dessa vez me chocou.
-Por quê? O que você viu? –Léo pergunta preocupado.
-Olha Léo, eu previ a morte de um homem que estava sendo espancando... Foi terrível. –Júlia diz com o olhar tenso e agoniado. – Precisamos fazer algo... Eu preciso da sua ajuda. –Ela diz com sua voz sumindo.
-Ok. –Ele diz e suspira com um sentimento de aflição por entrar em algo tão diferente. –Bem, primeiro preciso saber de tudo que você viu.
-Ah... –Júlia fecha os olhos como se estivesse lembrando da cena. -Estava um dia chuvoso, uma chuva muito forte...
-Júlia, por favor, eu preciso mais do que isso...
Ela consente e tenta se concentrar mais.
–Era uma rua tranqüila, era de noite... não, espera, não era uma rua... era uma espécie de estrada e acho que um cruzamento...
-Tinha alguma placa? Algo que diferencie de outro lugar? –Léo pergunta enquanto passa a mão no rosto. -Assim eu não vou conseguir perceber o dia e nem o saber o lugar.
-Eu acho que... ah eu vejo um nome, não, eu vejo uma placa, uma placa de carro que é DAR 4512 e tinha um prédio em reforma... Um prédio muito grande...
-Quanto tempo você acha que vai ocorrer isso?
-Não sei direito. –Ela diz balançando a cabeça. –O máximo que pode ser é cinco dias, eu percebi que não passa disso..."

 
Autores até o momento: Paulatictic; Fernado Hirakawa; Mateus Lopes; Gabriella RK; Vanessa; Anônimo I; Lii; Erica Belancieri; Marília Gomes, Eduardo Siqueira...

5 comentários:

Eduardo Siqueira disse...

Agora eu acho que está melhor para poder entender o que está acontecendo, acho que só falta falar sobre o Léo.

Lívia F. disse...

Bom...como ninguém deu uma idéia ainda... eu forcei a minha mente até sair alguma idéia decente...

Que tal se o Léo só começasse a ter os sonhos sobre o futuro quando ele tivesse uns 12 anos? Desde pequeno ele raramente sonhava, suas noites eram apenas lembranças escuras, um preto geral... Só que com 12 anos ele teve um acidente, não sei que tipo, e desde então ele começou a ter o sonhos com o futuro.
Como se ele já tivesse algo e o acidente apenas desencadeou algo.

Foi o melhor que saiu...
Boa noite!

Fernando Hirakawa disse...

Olá,
Eu gostei da idéia da Lii, e pensei em acrescentar algumas coisas.
Por exemplo, o Léo já que antes não via no sonho o futuro. Mas ele podia já ver no dia a dia, sabe, como se misturando o futuro com o hoje, com "dejavus", aí por causa disso ele pode sofrer o acidente, pode ser quando ele vai atravessar uma rua e nesse momento tem visão de amanhã e o que ocorre agora fica misturado, aí ele sofre um acidente que pode ser até simples e tal, mas a partir daí fica com medo de sair e essas coisas e aí os pais dele os levam para algum lugar e aí tipo um médico ou psiquiatra pode ter um dom como o e dele e podia ensinar ele como controlar, só que para ter uma vida comum e não para salvar as pessoas, ou seja, o que ele já vinha fazendo...
O que acham?

Lívia F. disse...

Hum... acho que você completou perfeitamente a minha idéia, Fernando!

Adorei!

Paulatictic disse...

Olá,
Ops essa semana as coisas foram menos movimentadad, nÉ? Mas deu para se decidir algumas coisas, portanto, está aberto para quem quiser escrever,ok?
beijos