Minha opinião: Está aí um livro com personalidade. Diga-se pelo nome "Como falar com um viúvo" que eu já achei bem interessante, e talvez foi por isso que decidi comprar e ler tão rápido também.
O viúvo em questão se chama Doug Parker, ele tem 29 anos e perdeu a esposa Hailey há um ano e desde então vive enfunado dentro de casa, não mexeu em nada que ela deixou, está tudo paralisado em sua vida. No entanto, algumas coisas insistem em se movimentar na sua vida, mesmo com Doug não querendo, pra começar o seu enteado de 16 anos que vive arrumando encrenca na escola e quase que implora que Doug o adote; também tem sua irmã gêmea que está gravida, se separou do marido e vai morar com ele; o pai que teve um derrame; a irmã caçula que encontrou o noivo no funeral da Hailey...bem, essas coisas acabam dando uma mexida na história.
Olha só, eu gostei muito do senso de humor do personagem Doug, era divertido ler as páginas e dava risada em algumas situações, o autor soube escrever alguns capítulos de maneira bem interessante, principalmente o capitulo 26 - quem for ler depois me conte o que achou - mas eu gostei da escrita, foi muito legal.
"Aprendi que visitas ao cemitério não funcionam comigo. Simplesmente fico preso demais à natureza mórbida do processo. Nas semanas que se seguiram à more de Hailey tentei me habituar ao ritual. Ia até lá e me sentava na grama ao lado da sepultura, me esforçando relutantemente para desenvolver uma conversa unilateral, mas nao conseguia acreditar que estava sendo ouvido e, mesmo se conseguisse, falar com a sepultura jamais fez sentido para mim. Se existe uma vida após a morte, e se os mortos podem nos ouvir, eles devem poder fazer isso em qualquer lugar, certo? Que teoria é essa? Para conversar com os mortos é preciso estar dentro da zona de cobertura, como acontece com um celular, pois se estivermos fora dela a ligação cai? (...) (p. 115-116)".
Doug é super melancólico, vive angustiado e triste pelos cantos e fica também cultivando essa tristeza, mas aos poucos vai percebendo que se pode viver mesmo ainda sentindo saudades... Então tem várias cenas em Doug tenta voltar a viver, mas dá umas pisadas feia na bola, cria algumas bagunças pelo caminho, mas isso que deixa tudo mais interessante.
Acho que por isso que gostei do livro, é todo um processo de luto, e de uma forma gostosa de ler. Um bom livro.
Vale a pena.
Resumo: Doug Parker não foi um aluno brilhante, não conseguiu entrar para nenhuma universidade de prestígio e era demitido dos empregos de redator com relativa frequência. Enfim, não levava nada muito a sério até conhecer Hailey, bonita, inteligente e cerca de 10 anos mais velha que ele. Quando os dois se casam, Doug deixa para trás a descompromissada vida de solteiro e se dedica a esse amor, acreditando finalmente ter encontrado seu rumo. Mas, dois anos depois, Hailey morre em um acidente de avião e tudo perde o sentido. Tentando lidar com o luto, Doug passa a escrever uma coluna chamada "Como falar com um viúvo", em que desabafa sua dor, relata a dificuldade de expressar seus sentimentos e se lembra da esposa de maneira sincera e cativante. A coluna se torna um grande sucesso - algo com que ele sempre sonhou - só que, infelizmente, no momento errado. Em meio a seu drama, Doug se vê às voltas com o enteado rebelde e a irmã gêmea que se mudou para sua casa decidida a fazê-lo voltar a se relacionar com outras mulheres. E então nada mais é como antes: sua vida passa a se desenrolar em uma divertida sucessão de encontros desventurados e insólitas confusões familiares. Entre tropeços, atropelos e as mais loucas situações, Doug começa a tocar sua vida, ainda que não saiba muito bem para onde. Afinal, muitas vezes o melhor a fazer é seguir em frente.
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